quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O dom de transformar

Acredito que o pior inimigo de um bom propósito é a quebra da constância. Se nos determinamos a fazer algo, e de repente, nos vemos falhando com o objetivo estabelecido, logo bate à nossa porta uma convidada nada bem-vinda: a Culpa. Ela é capaz de fazer grandes estragos. É famosa por convencer as pessoas de que são incapazes de cumprir suas metas, levando à desistência.

A Culpa, mal educada, nem bater na porta direito bate. É aquela pessoa que simplesmente dá um grito do lado de fora dizendo que é ela, bota a mão na maçaneta, abre a porta, senta no sofá e liga a sua televisão sem que você sequer tenha tido tempo de dizer: "Só um minuto! Vou trocar de roupa e já deixo você entrar."

E a nossa ilustre convidada veio me visitar essa semana que passou.

Depois do meu último post, estava conseguindo manter uma rotina de exercícios legal. Fiz a minha primeira aula inteira de aeróbico desde que voltei a malhar, caso que contarei à parte, e consegui ir todos os dias à academia. Bom, até o dia da tal visita.

Acordei toda bem disposta! Hoje não só vou malhar, como vou também pegar uma corzinha na piscina. Levantei, escovei os dentes e, antes de mais nada, coloquei o biquíni e a saída de praia. Tomei café da manhã, mesmo já sendo de tarde, e fui aproveitar o sol.

Tudo estava mais que perfeito. Já tinha planejado ir à aula das 17h de dança e já ia ficar pra aula de jump das 18h. Tudo sob controle.

Fui almoçar quando eram umas 16h, já com a roupa de malhar. Como não é bom fazer exercício de estômago cheio, dei uma deitadinha no sofá para esperar a dar a hora de ir. E foi aí que a coisa degringolou! Obviamente, eu dormi. E acordei quando já estava começando a segunda aula.

Subi correndo, lutando contra minha vontade de continuar dormindo, para colocar o tênis e escovar os dentes. E fui andando para a academia, quando percebi que mesmo me esforçando, não daria mais tempo de chegar.

Foi nessa hora que a Culpa fez sua entrada triunfal. Como se não bastasse sua intromissão, trouxe consigo seu irmão mais novo, o Desânimo. E eles estavam chegando com tudo! Enquanto um tirava o sapato e colocava o pé na mesinha de centro, o outro abria a porta da geladeira. E eu, a anfitriã de pijamas, assistia esses dois invadirem minha casa sem fazer nada.

De repente, uma luz! Uma idéia, inicialmente tímida surgiu na minha mente até então feita de refém: "porque eu estou deixando a Culpa e o Desânimo bagunçarem minha casa?".

Tal pensamento fez meus dois convidados inconvenientes pararem por um momento sua balbúrdia e me olharem apreensivamente.

Fui mudando minha direção: ao invés de ir para a academia pegar os últimos 10 minutos da aula, o que seria inútil, só porque a Culpa me obrigava, me direcionei para o salão de beleza. Ia encontrar minha mãe.

Confesso que mesmo após ter chegado no salão ainda estava dando os últimos pontapés nos dois irmãos chatos. Mas no fim das contas, trabalho feito: eles estavam fora. Xô, malas! E o que ficou pra mim? Um belo fim de tarde de mulherzinha no salão, com direito a ótima companhia, boas conversas, unhas novas e um lanchinho light na padaria ao lado pra fechar com chave de ouro.

A Culpa e o Desânimo são os primeiros a aparecer quando falhamos. Sempre aparecem. E como todo bom propósito está sujeito às nossas escapulidas de vez em quando, só existem duas formas de não desistirmos: ou trancamos a porta para os convidados mal educados não entrarem, ou damos um jeito de expulsá-los da nossa casa e curtimos as outras oportunidades que aparecem diante de nós! E no dia seguinte voltamos à luta.


Débora Silveira

5 comentários:

  1. Adorei o post de hoje!!
    O que acontece e realmente isso!
    Uma vez identificando os nossos grandes adversarios, fica mais facil de aprender a lidar com eles e prosseguirmos no nosso bom proposito de melhorar nossa qualidade de vida!!!
    O importante e prosseguir, lutando a cada dia!!
    Parabens filha e obrigada pela ajuda para alcancarmos o nosso tao sonhado objetivo!!!
    Bjinhos.

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  2. Primeiro , minha apresentação: Sou Marcia,católica, tenho 53 anos, casada, 01 filho, desaposentada (aquela pessoa aposentada que porem trabalha). Estou lutando para abaixar minha pressão arterial e emagrecer.Antes os médicos diziam você está, hoje dizem, você é. E não sou nenhum "fenômeno" (igual aquele: Ronaldo), mas meu metabolismo está preguiçoso. E a constatação é que eu também estou. Mas comecei a lutar contra isso e estou fazendo uma reeducação alimentar com orientação médica.Contudo o mais difícil é a atividade física, que ajudaria muito se praticasse, mas não estou conseguindo.Você postou para mim que estamos juntas na batalha, e digo, é bem mais fácil quando temos exemplos. Fica aquela coisa de "seguidores", precisamos disso, incentivo,ajudas, carinho no ego. Como falamos ontem, Izabel e eu " esse é o nosso PHN - por hoje não vou comer". É um dia de cada vez, nunca perdendo o foco.Obrigada e beijinhos!"Dessa vez tem que dar"!!!

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  3. Esqueci: Adorei o blog e os post's são muito inteligentes. Beijocas

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  4. Dé, ficou muito bom o post!
    Sai chutando esses chatos aí mesmo, vamos chegar ao nosso objetivo final, se Deus quiser!!!

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